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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Energia elétrica da cana-de-açúcar

     

    No princípio era o açúcar. Com o proálcool, nos anos 70, os canaviais passaram a ser, também, fonte de combustível. Hoje, enquanto o mundo inteiro tenta seguir os passos do etanol, há uma grande transformação em curso no Brasil: as usinas de açúcar e álcool estão se transformando em fontes de energia elétrica.
   
   No Brasil colônia, para fazer açúcar os colonos queimavam madeira para aqueçer o caldo de cana. Destruíram muitas florestas. Os holandeses, quando foram expulsos, plantaram cana no caribe. Como não tinham madeira, tiveram a idéia de queimar o bagaço da cana. Deu certo. Hoje qualquer usina, usa a mesma tecnologia.  
   
   Há usinas, no Brasil, que além de queimarem o bagaço para esquentar o caldo da cana, aproveitam esse calor da queima para movimentar turbinas a vapor que geram energia elétrica. A produção de eletricidade é tanta, que já conseguem vender as sobras para a rede elétrica. Em vez de consumidoras, as usinas, são agora produtoras.
   
   Só o potencial do bagaço (fibras da cana), que era considerado resíduo, é respeitável. Porém, estudos recentes mostram que a palha da cana, juntamente com outros resíduos de campo, conjunto chamado de palhiço, tem um potencial ainda maior. O palhiço normalmente é queimado no campo, para facilitar a colheita. Com o avanço da mecanização, que não queima a cana, esse palhiço está ficando disponível. 
   
   Estimativas indicam que o potencial de bagaço mais palhiço é suficiente para suprir o equivalente a uma Itaipú na época das secas. É uma fonte de energia, que além de não gerar mais carbono do que sequestra, é confiável e está disponível justamente na época em que as hidrelétricas ficam em risco. Ou seja, é um opção ideal para a diversificação da eletricidade nacional.
   
   Com o boom de usinas construídas nos últimos três anos, prevendo aumento na demanda mundial de etanol, as possibilidades se multiplicaram. A grande maioria, delas, contudo, só possui cogeração para uso próprio. Não investiram em equipamentos prevendo vender eletricidade, como fazem algumas empresas do setor no Estado de São Paulo. 
   
   O potencial está aberto. Um grande número de usinas comporta novas unidades de cogeração. A mecanização da colheita da cana-de-açúcar está aumentando a disponibilidade de matéria-prima. O que falta ainda, são os ajustes para integrar as políticas públicas para o setor. Uma política com maior organicidade vai facilitar a transformação das usinas de açúcar e álcool em verdadeiras usinas de energia. 
   

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