Recomposição florestal
custa. E não é barato. Na recente discussão do novo código florestal, um
estudioso alertou que se debatia muito o tamanho da fatura e pouco como
pagá-la. Ou seja, o produtor que estiver “devendo” floresta vai precisar repor
a vegetação semelhante à nativa, e isso tem um preço. Neste momento, no qual haverá a procura por
adequação às exigências do código, é importante saber que existem várias formas
de se cumprir a legislação. E cada uma dessas formas pode ter um resultado
melhor ou pior para o próprio agricultor.
Em primeiro
lugar é preciso fazer um alerta: embora muitas pessoas pensem que o plantio de
mudas de árvores seja a única forma de recompor uma área, isso não é verdade. Normalmente
essa forma funciona bem e fica muito bonita na foto, especialmente aquelas com
um grupo de pessoas sorrindo e plantando as mudinhas. Mas essa é uma das formas
de maior custo. Não se planta milho e soja por muda, porque por semente custa
menos. No caso da floresta é parecido: se der para fazer por semeadura e não
por muda, é provável que seja mais barato.
Além disso, em
algumas áreas em que a mata não foi retirada há muito tempo, e há próximo ao local
uma fonte de sementes, talvez nem semear seja necessário. Em muitas situações, basta cercar a área com arame para impedir a entrada de animais, cessar o
cultivo, e deixar a vegetação se recompor. O mais importante é saber que existem
várias técnicas de recomposição, e que nenhuma delas se mostrou superior em
todas as ocasiões. A orientação de profissional habilitado, como um bom
engenheiro florestal, pode facilitar o agricultor a cumprir a essa determinação
legal de forma mais eficiente a um menor custo.
Para além do
custo, é importante ver a situação como oportunidade a ser explorada. Existem
empreendedores que estão vivendo somente de florestas plantadas com árvores
nativas para produção de madeira de alta qualidade. Como a reserva legal é para
uso sustentável e não somente para fim conservacionista puro, o agricultor deve
fazer um planejamento para que possa fazer bom uso da floresta e torná-la uma
poupança segura para seu futuro. Parte dos custos podem ser amortizados na
situação em que, agora, se permite em determinadas condições usar também
arvores exóticas, como o eucalipto.
Assim, pode-se dizer que
recomposição florestal a custos menores facilita a execução de mais áreas com
vegetação semelhante à nativa. Ademais, há oportunidades de o agricultor
diversificar sua fonte de renda e tornar a reserva legal uma fonte alternativa de
recursos. O importante é aproveitar o momento do planejamento da recomposição
florestal, para que essa, além dos benefícios à sociedade, possa trazer
benefícios ao produtor rural.
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